segunda-feira, 19 de setembro de 2016

É urgente um Mundo Novo

A democracia é o sistema político onde os oprimidos escolhem os opressores. Sinto-me um cão abandonado a latir pela noite dentro. O meu ladrar não encontra eco, porque ladrar é feio e incomodativo. Os que detêm o poder não percebem que o mundo mudou e tem de ser orientado por normas diferentes, mais humanas e menos competitivas. Os que construíram os alicerces, de pedra bruta, que suportam os belos edifícios, são tão merecedores de respeito, como os artistas que desenharam ou esculpiram as obras de arte que os enfeitam. Enquanto isso não for entendido, nada feito. O grande problema, que é raiz de todo este hediondo descalabro, é que os progenitores de opinião e os seus comentadores, sejam nacionais ou internacionais, na sua maioria, formulam todos os seus escritos assentes em valores desactualizados de progresso, especialmente os dos séculos XVIII e anteriores, onde a produção de riqueza, com a Revolução Industrial e as descobertas de novos mundos, melhorariam o bem-estar dos povos. Na verdade, houve saltos civilizacionais, que não são de menosprezar, mas que hoje já não são suficientes para servir de lastro social, pelas diferenças que em si comportam.
Hoje, no século XXI, a sociedade não pode estar dividida entre ricos e pobres. É urgente uma nova e diferente estrutura social. A sociedade deve estar ao serviço de todos e todos devem servi-la. Os cidadãos, com as suas diferenças e culturas, devem caminhar para o entendimento e não para que uns sejam os únicos possuidores da verdade e, por isso, deverem destruir os que estão errados. As diversas cartilhas, que servem a quase totalidade dos opinantes, estão ultrapassadas e é preciso escrever uma nova mais actualizada de acordo com aquele que virá a ser “UM ADMIRÁVEL MUNDO NOVO”
Não é fácil retirar privilégios a quem os tem, especialmente num mundo em que, a maioria deles, foram obtidos em negociatas, onde o mérito não teve entrada. As leis em vigor, na maioria dos casos, protegem os que as elaboraram, que pensam servir-se delas eternamente. Só que a história mostra-nos que, se hoje temos uma civilização de que muitos se orgulham, foi porque todas as anteriores civilizações tiveram um tempo limitado de existência. Há diversas formas de governar os povos, mas as actuais tem uma premissa igual; os poderosos, os donos dos diversos poderes, sejam políticos, económicos ou financeiros, desprezam aqueles que os suportam, com é possível deduzir pela forma como se comportam. Chegados a este estádio, é o momento de começar a construir UM ADMIRÁVEL MUNDO NOVO, porque este, o actual, está estupidamente a autodestruir-se.

Joaquim Carreira Tapadinhas – Montijo



3 comentários:

  1. Sobre este bem eleborado assunto/trabalho intelectual, que o Amigo Joaquim Tapadinhas dá/deu à estampa, só lhe posso dizer com toda a honestidade que melhor não conseguiria fazer. Receba os meus sinceros parabéns e um abraço.

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  2. Só posso agradecer as palavras que o Amigo Amaral me dedica, e dizer que estas observações são produto do interesse que tenho pela nossa sociedade, que merecia um respeito maior dos que aceitam a responsabilidade de a governar, mas que infelizmente disso não se apercebem.

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