quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

AFINAL QUEM NÃO ERRA?


Afinal quem não erra?
"Só não erra nunca quem nunca faz nada". Esta provérbio foi-nos deixado por, William Connor Magge, que foi um clérigo anglicano irlandês, nascido em Cork, na Irlanda a 17 de Dezembro de 1821, tendo vindo a falecer em 5 de Maio de 1891, em Londres.

E, na realidade todos nós estamos diariamente sujeitos a cometer os mais diversos tipos de erros, sejam eles na nossa vida particular, quer sejam eles nos nossos empregos, geralmente e muita das vezes não temos a humildade suficiente para aceitarmos, tais falhanços. Mas, quando por ventura erramos, por norma temos o hábito de culpar sempre o vizinho do lado. É, taxativo.
Sendo somente um simplório leitor-escritor de cartas, e nada mais do que isto, por exemplo, quando por vezes envio algum texto-opinião, para algum jornal, e por qualquer razão que me escapa na altura de algum pormenor e porventura esse meu texto-opinião não é publicada, por algum motivo ou cujo assunto talvez não tenha sido devidamente explícito, ou o assunto esteja fora dos parâmetros dos editoriais do (s) jornal (ais), a minha frustração geralmente cai logo em cima do editor, da respectiva secção, que não ligou nada ao que escrevi, ou que teve medo de publicar a minha opinião, etc. etc.. E, lá está, nunca penso que provavelmente o que escrevi estava fora do qualquer contexto razoável e aceitável para devida publicação. Efectivamente não me culpe por não ter tido capacidades suficientes ou as devidas aptidões para tal missão e a primeira coisa que me vem à "tola", é culpar o "desgraçado" do editor, que decerto deve receber dezenas de cartas e e-mails por dia, e que tem que escolher as melhores, para publicação. Mas a culpa da minha frustração recaia logo em cima do editor.

Vem este manuscrito a propósito, do que se tem vindo a assistir praticamente em todas as jornadas do futebol português e às insinuações e contestações, sempre viradas para as actuações das equipas de arbitragem e por norma quando um dos três grandes do futebol cá do nosso "burgo", por este ou aquele motivo, se sentem prejudicadas, quando na verdade a maior parte das vezes, são esses sempre os mais beneficiados. 
Com tal, os jogadores nunca erram, quando falham um golo ou não conseguiram evitar um golo na sua baliza, os treinadores não erram, quando falham a composição da equipa ou se a táctica falhou, os dirigentes nunca erram, quando por vezes falam demais, em especial aqueles dirigentes mais mediáticos, enfim, ninguém erra ou não querem assumir, quando deviam e publicamente os seus erros e das suas frustrações de um resultado menos conseguido pelas suas equipas, em quem descarregam? É sempre nas equipas de arbitragem, o alvo mais fácil que têm.
Mas, claro que os árbitros também erram e alguns deles de que maneira, algumas das vezes sempre errando contra os mesmos ou então, outras vezes beneficiando, sempre os mesmos consoante a cor do clube ou a força deste ou daquele dirigente tem e conforme as épocas. Mas as frustrações dos maus resultados dos clubes, têm sempre um culpado, que são sempre os árbitros. Porque a culpa é sempre dos outros? 
Nos últimos anos e devido às transmissões dos jogos, via pequeno ecrã, em que o telespectador tem acesso imediato e a várias vezes da (s) repetição (eõs) do (s) mesmo (s) lance (s), coisa que os árbitros têm que decidir de imediato e em fracção de segundos, estes são sempre evidentemente os culpados dos insucessos desta ou daquela equipa,
Afinal de contas, como disse William Connor Magge, "Só não erra nunca quem nunca faz nada" mas não será verdade?

(Texto-opinião, publicado na edição online, secção "Escrevem os Leitores" do Jornal  RECORD de 05 de Janeiro de 2017)
(Texto-opinião, publicado na edição Nrº. 46146 do Diário de Notícias da Madeira de 07 de Jan-
  eiro de 2017)
(Texto-opinião, publicado na edição do Jornal de Notícias de 01 de Fevereiro de 2017)

MÁRIO DA SILVA JESUS

2 comentários:

  1. Como sempre o faz, o Mário compõe um comentário justo, e temperado por um sentimento de paz e de compreensão humana.
    O futebol funciona hoje como a religião no tempo das cruzadas e só não mata os adversários, porque, apesar de tudo o estádio da civilização é mais respeitador do ser humano.
    Os árbitros de futebol são os responsáveis por todos os erros que sucedem no terreno e nada se lhes perdoa, contrariamente aos outros intervenientes nos jogos. Reparem que nos outros tipos de competição desportiva, praticamente ninguém contesta as equipas de arbitragem, talvez porque no futebol estão envolvidos centenas de milhões de euros e nas outras o capital investido é de longe muito inferior. É preciso travar estes delírios para bem da civilização.

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  2. Como sempre e registo com grande orgulho e satisfação, as palavras do Senhor Professor Joaquim Tapadinhas, que me dão alento para continuar.
    Muito obrigado, e claro aquele abraço fraternal do,
    Mário Jesus

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