segunda-feira, 27 de março de 2017

Encontros







Temos dos climas mais afáveis da vizinhança, mas ficamos em casa. Nem para abraçar os nossos correligionários nos damos ao trabalho – que seria prazer – de sair de casa.
Semi corremos a cortina da janela e olhamos de soslaio para a rua. Observamos os corajosos que se aventuraram a passear num dia perfeitamente inofensivo, apesar de chover, que faz falta.
Não saímos à rua, mas o facto de termos montado guarda na janela como observatório do que se passa lá fora, é como se tivéssemos saído.
Quando cai a noite vamos contar aos nossos, à volta da mesa, que somos corajosos e sabemos tudo o que se passou na rua, porque estivemos lá, no local próprio, fora.
Somos heróis dos sonhos, ou da preguiça, ou de nada para além de uma vontade imensamente frouxa, uma força magnética inultrapassável, que nos prende ao soalho em parquet da nossa casa.
Como queremos saber do mundo se não o calcorreamos?
Como queremos ter opinião se não ouvimos os outros, nem lhes falamos, de frente e ao vivo, como é próprio e conveniente nas conversas que têm sentido?
Aos que nos encontrámos, foi bom, houve conversa forte e chalaça e ao final foi como se tivesse feito um caloroso sol e o céu estivesse estado todo o santo dia azul e despegado, como nós gostamos que esteja o céu.
até a próxima, é o desejo.




2 comentários:

  1. Luís, no regresso ao Porto ou ao Norte, eu , o Fernando e o José, ambos Rodrigues, ambos excelente companhia (ri-me tanto) , vimos o arco-íris! Acaso?
    Até à próxima, encontro já sonhado, que será melhor, porque já não somos meros estranhos, e toda a energia do encontro se dirigirá para o projeto, para o futuro! Acredito!

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