sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Opinion makers

Não sei por que carga de água, coincidência ou acaso, é que um grupelho, na qualidade de colaboradores de têvê, são convidados a tecer opiniões e análises sobre o que não sabem e desconhecem outro tanto. E coincidência ou não, são na sua maioria gente bem nascida e tratada com desvelo farto, desde  a infância dourada e barriguda, até à situação presente já com barriga flácida, e cheia de bóias. E por acaso ou sina do destino, têm o mesmo nome ou apelido e servem os mesmos desígnios. Nenhum se diz que é o que parece ou esconde ser. Eles chamam-se, Miguel, Tavares, e só por uma desfeita baptismal qualquer, é que não são, Teles, Vasconcellos, Menezes, Noronha, Albuquerque, Ataíde, e demais sobrenomes da mesma família com tais armas pouco fiéis. Quem os ouve e lê, se não é surdo, corre o risco de se imbecilizar. Eles são, o Miguel Sousa Tavares, o Miguel Júdice, Miguel Esteves Cardoso, O João Miguel Tavares, e para respeitar a quota feminina, ficar preenchida e variada, temos a Cândida Pinto, senhora de grande sabedoria por muito viajada, atrás de reportagem grande. Todos eles expert´s em matéria vasta, desde conflitos políticos caseiros, bélicos além fronteiras, pactos transfronteiriços, acordos regimentais, declarações polémicas, e, imaginem só, em Cultura de povos que reivindicam tornarem-se independentes. O caso do povo catalão. Diz um Miguel tirado à sorte, que o líder legítimo da Catalunha, e do Governo da Generalitat, Carles Puigdemont, fugiu e abandonou a causa que abraça, assim que os neo-franquistas e espanholistas carregaram sobre tais anseios seculares, ali por Barcelona. A Espanha, como se reconhece, ainda não se livrou do regime bourbónico e da bárbara arena sanguínea, e por isso dá-se bem com os Aznar, Rajoy, apostados num mimetismo de erdogans ardilosos e seus antepassados. Mas dizem os espanholistas lusos e estrategas ibéricos ignorados, craques em demagogia e no arroto, que prestam vassalagem fácil a quem os recomenda e contrata, que Puigdemont, foi um falhanço táctico, na condução do poder e do processo para a almejada Independência da Catalunha, e só não explicam porque é que Portugal está na situação depauperada e dependente, bem pior do que o país em luta velha e renovada dor, pela sua Llibertat, sendo eles gente de excelência, e de tão elevado gabarito, mas mal aproveitados. Opinam com destreza maior e mais gaiteirice, do que Juncker ou Tusk - que opinam, de que é à Espanha que cabe resolver e decidir a embrulhada em que está metida - colocando-se de braço dado com a extrema-direita do Estado coroado, sem que seja uma Nação indivisível, ainda. É nossa opinião, pois a ela temos direito, de que até ao dia de hoje, Puigdemont, desde a capital da Catalunha até Bruxelas, tem estado bem, com o calculismo que a situação exige e aconselha, perante as ameaças que sobre ele e os independentistas, pendem, que são as acusações feitas por Moncloa, tais como acusações de rebelião, sedição e desvio de fundos - crimes previstos numa Constituição matreira e cheia de grilhões. Em síntese, opinarei apenas (posso?), de que o que querem para a Catalunha, os Miguéis supra referenciados, não é de certeza o mesmo que querem os milhões de catalães, que se pronunciaram pela Independência do seu solo, numas eleições, tipo, vota e foge!

*-(texto hoje publicdº no DN.madª- n/corrigido)


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