domingo, 5 de novembro de 2017

PEREGRINAÇÂO




O cineasta João Botelho está de parabéns. Passou para a tela um retrato do que foi a nossa gesta de conquistas e aventuras , por mares do Extremo Oriente. De Malaca à Birmânia, ao Sião, à China, ao Japão, de que Fernão Mendes Pinto foi um dos principais protagonistas, e tudo isso ele descreveu magistralmente na sua obra, “ Peregrinação”.
Para enriquecer e ilustrar musicalmente o seu filme, Botelho, socorreu-se do disco, da obra-prima, de Fausto Bordalo Dias, “Por este Rio Acima”. Outra descrição fabulosa da obra do genial cronista dos feitos dele e dos nossos antepassados por aquelas longínquas paragens.
O cinema, a poesia e até a musica, são formas tão atrativas de mostrar, de lembrar, de ensinar, a nossa tão riquíssima história. E, nos dias que vivemos, em que a globalização impõe quase um único padrão, a cultura e os interesses dos mais poderosos, diria mesmo, do mais poderoso, apreciar, apoiar, os nossos artistas que nos mostram o que fomos,as nossas grandezas e...as nossas tiranias. Não andámos com a cruz numa mão e a espada na outra? “ Quem conquista sempre rouba,quem oprime tiraniza”. Mas enfim! Temos de contextualizar as coisas! Foram tempos de descobertas, de conquistas, e nós revelámos novos mundos ao mundo, deixámos um pouco de nós nas sete partidas. Foram algumas dessas páginas que o marinheiro, o escravo, o aventureiro, o cronista, Fernão Mendes Pinto, nos legou na sua obra “ Peregrinação”, que o Fausto magistralmente resumiu e musicou, e que agora João Botelho nos mostra. E nós, até por uma questão de dignidade, temos o direito e o dever de ver e ouvir. Ou somos apenas patriotas em relação à seleção de futebol?
Francisco Ramalho
Corroios, 5 de Novembro de 2017


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