terça-feira, 9 de janeiro de 2018

A noite mais preta!


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- Elas apresentaram-se todas de preto. Chegaram com aspecto vencedor, e coragem para brilharem naquela noite de Gala. Vinham vestidas com traje, que lhes assentava à medida. Talvez a cor quisesse esconder o dia em que elas se despiram diante do Weinstein, para obterem um papel na fita que o gordo produzia. Estiveram em silêncio até agora, mas entretanto beneficiaram do favorzinho arranjado a troco do ensaio no apartamento de luxo, que servia de prova e de entrevista para apreciar o talento a quente e a nu sem grande cerimónia. Na sala, que não era oval, discursaram com a boca e com o prémio na mão pecadora. Armadas de inocência ameaçadora passados tantos anos, como se não se tivessem permitido ceder aos avanços do Produtor de histórias para projectar no ecrã e projectá-las a elas na fama. Arrebatadoras e cheias de glamour, os vestidos remetiam-nos para o dia em que o despiram. Talvez nesse dia a cor não fosse o preto. Talvez a Oprah Winfrey, mulher experiente em abusos desde cedo, nos conte tudo mais certinho, num próximo discurso, e numa outra noite de entrega dos Globos de Ouro. Com estas ou outras arrependidas, agora que já não têm vinte aninhos, idade e corpinho em que se entregaram e se calaram para atingir o sucesso  e o dinheiro. O folclore, desta vez vestiu-se de negro, mas terminou em beleza. Me too!

1 comentário:

  1. Até uma pudica virgem arrependida quer vir a ser presidente dos EUA.
    Eu, que não sou mulher, também fui assediado pelos dois sexos, quando era jovem. E, depois, não me queixo, nem queixarei.
    Não colhi dividendos, nem subi na vida à custa de nada de cariz sexual.
    E elas, não assediam eles?

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