quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

CHE

Regresso ao café da Vera. Estou leve, bem-disposto. Mais um artigo no JN. O sr. Alberto reflecte. Um outro homem lê o jornal. As mulheres dão à língua. O trabalho. O trabalhinho. Também eu trabalho. Mas na escrita. Tenho uma vantagem. Faço o que quero. Não tenho chefes a dar-me ordens. Ouço imbecis na TV, na CMTV. Pão-Nosso de cada dia. Vá lá que ontem lembraram o Che. A revolução está viva e bem viva. Tremei, burgueses. Tremei, macacos. Tremei, capitalistas. A hora está a chegar. Apocalipse Now. Marlon Brando. Jim Morrison. Bakunine. Destruir para construir.
Pronto, agora toda a gente publica poemas. Toda a gente vai à televisão mostrar os seus poemas de merda. Prefiro continuar no underground, apesar de agora ser uma estrela. Sinto-me como Charles Bukowski. Dispenso a CP. Já não preciso dela para nada. Nem de buracos sem luz. Nem de nada. Reclamo o trono. De D. João I. Exijo o mundo. O mundo é meu, todo meu, Gotucha. Não, não deliro, estou perfeitamente lúcido. Mais lúcido do que nunca. Os meus guerrilheiros protegem-me.

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