sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Esquisito...

Hoje de manhã prestei os primeiros socorros a um jovem entregador de "pizzas" que se "esbarrondou", numa motorizada, contra um carro. Como ele estava consciente, com capacete colocado, sinais vitais estáveis, somente se queixando dum braço que estava "estranhamente" angulado, avisei que era médico, tranquilizei-o com a voz e coloquei-me, ajoelhado, atrás dele  segurando a cabeça em posição estável, como mandam as regras. Enquanto alguém chamava o 112.
Isto enquanto ia dizendo à pequena multidão que ali se juntou, que era a única coisa a fazer e pedia que não lhe tocassem ou com ele falassem para que não esboçasse gestos que, por pequenos que fossem, o fizessem mover a coluna cervical inadvertidamente. Pois não fazem ideia! alguns dos "mirones" conversavam com o sinistrado, tentavam abrir-lhe casaco, procuravam o telemóvel, enfim! A segunda "surpresa" surgiu quando um dos bombeiros, tentou tirar o casaco  do rapaz, provocando-lhe dor e podendo eventualmente complicar uma fractura óssea que,, estou convencido existia. Só quando o instei, "zangado", se decidiu a cortar a manga do casaco, porque, dizia, o sinistrado o podia a"acusar" de abuso. A terceira "surpresa" veio quando, após o ter entregue aos socorristas e estes o terem devidamente imobilizado, um homem que tinha o carro estacionado e queria sair, "berrava"com aqueles porque... a ambulância não o permitia!
Pergunto-me: mas que "raio de povo" somos nós que age por "caridade" mas não consegue, mesmo nesta, respeitar a ordem correcta da coisas; um profissional  de socorrismo tem medo dum "advogado" e, ainda, coloca uma "pressinha" pessoal à frente dum sofrimento de um ser humano? Esquisito....

Fernando Cardoso Rodrigues

1 comentário:

  1. Isto passou-se em plena cidade do Porto, presumo; agora imagine o mesmo caso num meio rural, com os "bons samaritanos" a pegar na vítima, sem obedecer a regra nenhuma, e a enfiá-lo no primeiro carro que se prontifique...

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