quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

O discurso do PR

O presidente da República na pose, na sociabilidade, na cultura é o oposto do seu antecessor inepto e o maior responsável pelo nosso atraso geral.
   No discurso da mensagem de Ano Novo, Marcelo falou de «reinvenção, que é mais do que finanças sãs, crescente emprego e rendimentos.» Finanças sãs é haver vontade política de não canalizar todo o excedente orçamental para pagar a dívida e os juros altamente usurários, sem o mínimo gesto de os querer reestruturar. Alguns mil milhões para pagar juros, pagariam todos os encargos com a Educação Pública. Crescente emprego, de acordo, mas que emprego? Precário, com salários miseráveis ou nivelados pelo salário minimíssimo nacional (SMN) e sem contratação colectiva. Nunca ouvimos o presidente denunciar estas chagas sociais. Referiu crescente rendimento. Assertivo, mas mais uma vez não explicita. Distribuir poucochinhos rendimentos, por exemplo, seria subir o SMN para 600 euros.
   O presidente Marcelo intervém sobre tudo o que é política, mas fica na rama… Obriga-o o projecto político que defende - o bloco central de interesses.
   «Há que cumprir outros Portugais», disse. Acertado!, mas primeiramente há que valorizar o interior. Não é preciso reinventar nada, basta haver vontade política em auscultar o Povo, implementar incentivos à repovoação, reverter o que de lá foi retirado de Serviços Públicos - e foi tanto. Tanta e tamanha malfeitoria que ajudou à emigração como nos anos de 1980 e à enorme migração para o Litoral.
   Marcelo Rebelo de Sousa continua paternalista, tutelar, parecendo querer estar acima dos partidos. Sem mácula. As nódoas existem, pelo não revelado! Deliberadamente.
                Vítor Colaço Santos

2 comentários:

  1. Conclusão: conversa para embalar o Zé Povinho. E, infelizmente, ele consegue-o. E bem!

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  2. Às vezes fico admirado consigo, Francisco, quando pensa tão mal das capacidades do povo. Representado de forma imorredoira no "Zé Povinho" de Bordalo Pinheiro. Ainda por cima ( e, palavra, não estou a pensar no Marcelo R. S.) quando a figura emblemática o mostra a "fazer o manguito"...

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