Tudo passa, tudo muda...
“...Então começaram as guerras: e que direi dos exércitos
inumeráveis, das batalhas campais e marítimas, das vitórias e triunfos de umas nações e da ruína,
abatimento e servidão de outras? Só digo que assim a glória e alegria dos vencedores,
como a dor e afronta dos vencidos, tudo passou, porque tudo passa.
O exército de Xerxes, que foi o maior que viu o Mundo,
constava de cinco mil naus e cinco milhões de combatentes; e porque de uma e
outra parte fez continente o Helesponto e cavou e fez navegável o monte Ato,
disse dele Marco Túlio que caminhava os mares a pé e navegava os montes... Mas
todo aquele imenso e formidável aparato, que visto fez tremer o mar e a terra,
tão brevemente passou e desapareceu, sendo desbaratado e vencido.
O mesmo Temístocles, que com muito desigual poder o desfez e
pôs em fugida, também passou, como na Grécia e fora dela passaram todos os
famosos capitães e suas vitórias. Passou Pirro, passou Mitridates, passou
Filipe da Macedónia; passaram Heitor e Aquiles, passaram Aníbal e Cipião,
passaram Pompeu e Júlio César, passou o grande Alexandre e até Hércules, todos
passaram, porque tudo passa”. Citação - P. A. Vieira.
De facto, tudo passa, tudo muda, desde o princípio dos
tempos; só que a velocidade com que tudo acontece é hoje alucinante e a
linguagem, com a mudança, já soa quase hermética para aqueles que, como muitos
de nós, não podem, ou acham que já não vale a pena acompanhar...
Tenho um filho que vive entusiasmado esta dita 4ª revolução; e, de cada vez que falamos
pessoalmente, como agora aconteceu, no Natal, sou facilmente desarmado de
argumentos.
Empolgado com bitcoins, perguntei-lhe se não andará a pôr em
causa a sua estabilidade, envolvendo-se numa coisa para cujos riscos as grandes
instituições financeiras vêm alertando...
Respondeu-me que a
palavra “estabilidade” lhe sugere ferrugem, e que o que preocupa essas
instituições não é a iliteracia financeira dos que correm riscos, mas o medo de se verem ultrapassadas!
Amândio G. Martins
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