sexta-feira, 9 de março de 2018


Nos desertos não há fogos...


É raríssimo estar de acordo com o que escreve Nuno Melo, e não sei se esta é mesmo a “lei mais estúpida de Portugal”, dado que, nessa matéria, sempre fomos abundantemente servidos;  todavia, desta vez estou totalmente em sintonia com o que diz no JN, no seu texto de 08.03.2018.

De facto, a imposição que implica cortar inutilmente todo o tipo de árvores e arbustos nas proximidades das habitações pode até ser considerado crime ecológico.  É como se as grandes tragédias do verão passado tivessem partido das habitações, quando o que realmente aconteceu foi o contrário.

Assim, o que se impõe é que se cumpram as regras há muito definidas, de não deixar proliferar matagais próximo das zonas habitadas, e já os incêndios não vão pôr em perigo habitações; não é obrigando as pessoas a fazer cortes à toa, a ponto de nem ficar uma sombra onde se possam acolher do calor do verão que resolve os problemas.

 É que, a levar à letra as obrigações a que querem submeter as populaçoes das aldeias, não se pode nem manter uma sebe a delimitar as propriedades, que não só protegem de intrusos e amenizam o ambiente em tempos de canícula, como servem de abrigo e lugar de nidificação a grande número de aves.

Aspecto importante, que não está considerado, é o que fazer ao material sobrante. As tais centrais de biomassa já deveriam estar prontas a receber todos os restos, evitando esta desgraça que é obrigar as pessoas a ter de queimar, atirando toneladas de carvão para a atmosfera e tornando o ar irrespirável!


Amândio G. Martins

3 comentários:

  1. Aqui há tempos, numa reunião duma área diferente, ouvi ( com estes ouvidos que "a terra há-de comer"...) um jurista, impante, dizer: uma lei faz-se num bom fim de semana à lareira...

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