segunda-feira, 14 de maio de 2018

Alta distinção imerecida...

Quem identifica a social-democracia, no plano ideológico, como uma doutrina que já ajudou a

fundar o Estado social, vê hoje que o PSD é tão social-democrata quanto Salazar foi democrata. Na ilha da Madeira, Alberto João Jardim, PSD,  amolgou e arredou a democracia da vida colectiva dos madeirenses. À época, de passagem pela ilha, vi meninos paupérrimos, pedindo pela baixa do Funchal, serem escorraçados pela polícia - como cães tinhosos. Insuportável! Porquê?, perguntei: «Ordem superior [do governo]», resposta do agente. A um concidadão madeirense, indaguei: Como é aqui, a vida política? - ‘O 25 de Abril ainda não chegou à Madeira!’, respondeu baixinho, com o indicador postado verticalmente colado ao nariz…
   Agora, pasme-se!, Alberto João Jardim vai receber a mais alta distinção madeirense, por iniciativa do PSD ilhéu. Dá vontade de rir, para não chorar… Este democrata escangalhado atingiu a desfaçatez de afirmar que Tolentino da Nóbrega e Lília Bernardes, jornalistas correspondentes do PÚBLICO e DN, respectivamente, foram «inimigos da Madeira»(!). Estes

valorosos exemplos da liberdade de imprensa foram alvo de enxovalhos e de linguagem de baixo nível pelo sr. Alberto. A mesma Assembleia Regional da Madeira que o vai injustamente homenagear foi ostracizada por ele, inúmeras vezes. Quem foi enxovalhado vai ter de justificar o penduricalho que lhe vai colocar ao pescoço. Os exemplos negativos deste figurão são mais que muitos… «Os cubanos», como nós continentais fomos depreciativamente identificados por ele, demos-lhe milhares de milhões de euros para as suas obras faraónicas de betão armado e, ainda assim, fomos sempre destratados com total má-educação.
  Que o CDS alinhe na impostura é natural porque é ‘’irmão siamês’’ do PSD. Agora, o PS juntar-se à homenagem é falta de respeito por si próprio. O sr. Alberto desrespeitou-o, lançando-lhe toda a espécie de baixarias e o PS presta-lhe vassalagem… Gostam da autopunição. Caso fosse militante do PS Madeira, entregava o cartão na hora!



                                            Vítor Colaço Santos

1 comentário:

  1. Teria alguma coisa a dizer sobre isto ( não importa de que teor) que poderia ser glosada por todos excepto pelo autor do texto. Por isso não comento. Já o disse ao Vítor, olhos nos olhos, na reunião no Porto, mas a situação mantem-se e assim... ele vai "postando" através da gentileza do José Rodrigues e o eventual contraditório... "escafede-se" na caixa de comentários.

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