quarta-feira, 23 de maio de 2018

Júlio Pomar, o Mestre Pintor luminoso

A Cultura ficou empobrecida pelo desaparecimento físico do Mestre pintor, Júlio Pomar. Também foi desenhista, escultor, ceramista, letrista para canção, escritor e poeta. Dizia que era tão atraente a escrita como a pintura. Um multifacetado à frente no seu tempo. Nasceu em Lisboa, em 1926. Iniciou estudos de arte, na Escola de Artes Decorativas António Arroio.
Fez da arte uma forma de luta antifascista e democrática. Amante da liberdade e interventor social, acabaria preso pelos carrascos da PIDE.
   Vendeu o seu primeiro quadro a Almada Negreiros, há décadas, por 3 cêntimos (6 escudos). Tem muita obra, destacando-se o notável ‘’O almoço do trolha’’, que o aproxima do
neo-realismo. Os seus quadros estão espalhados por vários museus, no mundo.
   Dizia que o milagre da vida era querer disfrutá-la e saber ser feliz! A vida de Pomar foi cheia de sorrisos. O neurocirurgião, João Lobo Antunes, disse: ‘’Em cada quadro do Júlio há uma gargalhada!’’ O olhar do artista ao pintar Mário Soares, inicia umnovo e original caminho
para a representação pictórica dos Presidentes da República.
   Um dia, no final da Calçada do Combro (Lisboa), onde se situa o seu Atelier-Museu Júlio Pomar (a visitar), encontrei-o e saudei-o: ‘’Viva!, estou-lhe muito grato, Mestre Júlio Pomar, pela sua talentosa e luminosa pintura’’. «Quem é você?». ‘’Sou um aprendiz de pintor e frequentei a Escola António Arroio’’. «Então pinte, que é sempre um regresso ao futuro!». Simples, cortês e de sorriso sociável.
   Portugal tem de preservar a sua memória e proporcionar-lhe uma homenagem em conformidade com a grandeza da sua alma.
   Não morreste/porque luminosa obra deixaste./Ao Mestre Pintor/Júlio Pomar, com amor/ Glória Eterna!

          Vítor Colaço Santos

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