sábado, 19 de maio de 2018


Violência subterrânea

 Subscrevo o que diz Domingos de Andrade, Director-executivo do JN, de que transcrevo os dois primeiros parágrafos e a conclusão.

“Vamos lá usar a linguagem dos agentes policiais no terreno. Há um “modus operandi” na forma como uma certa elite chega a elite. É gente que traz pouco de trás, que subiu nos redemoinhos das jotas, a manobrar e a vergar desde cedo, que cresce nos urros das claques, nos gabinetes ministeriais ou institucionais, numa certa forma de dobrar as costas quando posta a mesa. A olhar o prato com medo que fuja.

Parecem subservientes. Serventes. Mas não são. São perigosos. Porque há um dia em que tomam conta da mesa. Na política. Nas empresas. Nas instituições. Da bola às associações. Os fenómenos de violência e de corrupção da grande, que nos admira quando se destapa, nascem assim.
                                                          (...)
Levem os filhos aos estádios e expliquem-lhes a violência dos cânticos, ou as tochas a arder nos relvados. Expliquem-lhes que o que vêem não é bem o que vêem, porque grassam suspeitas de corrupção sobre o que vêem...

As declarações oficiais, as medidas e falta delas, mostram a dificuldade que temos em lidar com os monstros que se agigantam do tanto espaço que ganham à mesa.Mas a pior sensação é de que ainda há tantas portas abertas. E que, de uma vez, precisamos de um abanão que nos obrigue a limpar a sala”.


Amândio G. Martins

2 comentários:

  1. Ora aqui está um texto que considero uma boa exegese. Pena foi o "abanão" que, no final, preconiza. É que soou-me a acção vinda de "fora". Ainda por cima aquele "nos obrigue"...

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  2. E a segunda parte do seu comentário soa-me a "epistemologia"...

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